Há muitas maneiras de reverter a perda da natureza que incluem esforços de conservação mais ousados e ambiciosos. No entanto, também precisamos de mudanças transformacionais na forma como produzimos e consumimos, tais como tornar a produção e o comércio de alimentos mais eficientes, reduzir o desperdício e favorecer dietas mais saudáveis e sustentáveis.
Modelagens de última geração mostram que, sem mais esforços para combater a perda e degradação de habitats, a biodiversidade global continuará em queda. No entanto, eles também mostram que podemos 'reverter a curva' dessa tendência indesejável e começar a estabilizar e corrigir a perda da natureza, de modo que haja mais natureza no mundo do que há agora, chegando a um estado de natureza positiva.
Isso requer mais esforços de conservação, e produção e consumo mais sustentáveis.Nenhuma dessas ações por si só é suficiente. Somente quando todas as três ações forem tomadas em conjunto, veremos a reversão da perda da natureza na velocidade que precisamos.
Em 2021, as Nações Unidas reconheceram que todos, em todo o mundo, têm o direito de viver em um meio ambiente limpo, saudável e sustentável. Esta não é mais uma opção para aqueles no poder, mas uma obrigação. A Costa Rica acrescentou o direito a um meio ambiente saudável à sua constituição em 1994. Agora, as energias renováveis são responsáveis por 99% de sua eletricidade; as leis proíbem a mineração a céu aberto e o desenvolvimento de petróleo e gás; e os impostos sobre o carbono pagam os povos indígenas e agricultores para restaurarem as florestas, que desde então dobraram de tamanho.
Muito além do plantio de 135 mil árvores, o projeto Raízes do Mogi Guaçu cria conexões entre ONGs, empresas, proprietários rurais, governos e promove a base para que a restauração de ecossistemas se torne viável e de larga escala.
Cerca de 4,5 mil pessoas vivem na TI Kayapó, que tem 3,3 milhões de hectares, e pouco mais de 1,2 mil habitam a TI Menkragnoti, que tem quase 5 milhões de hectares. Em ambas, a maior parte dos moradores pertence ao povo Kayapó - ou Mẽbêngôkre, como eles se autodenominam -, além de, possivelmente, alguns grupos de indígenas isolados. Um projeto do WWF-Brasil, em parceria com a Associação Floresta Protegida (AFP), está contribuindo para fortalecer a capacidade de monitoramento e vigilância territorial desses dois importantes territórios.
Considerado a savana mais rica em biodiversidade do mundo, o Cerrado já perdeu 50% da sua vegetação original. Para tentar frear essa destruição, uma iniciativa atua para restaurar o bioma e fortalecer comunidades tradicionais e agricultores familiares que vivem nesse território.
Colares equipados com GPS ajudam os pesquisadores a monitorar a população de Onças Pintadas no Parque Nacional do Iguaçu.
Os líderes mundiais têm uma oportunidade de vital importância para reverter a perda da natureza e garantir um mundo positivo para a natureza que beneficiará as pessoas e o planeta. Em dezembro de 2022, na conferência da ONU sobre biodiversidade (COP 15), os principais tomadores de decisão determinarão os esforços globais em prol da biodiversidade para a próxima década. O WWF está incitando os países a aumentar a ambição e entregar um plano abrangente e baseado na ciência, a favor da natureza, que esteja pronto para ser posto em prática imediatamente.
Saiba maisContamos com a natureza para nossa comida, água, meios de subsistência e muito mais, mas a levamos ao ponto de não retorno.
Um milhão de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção. Descubra os principais fatores por trás da perda de biodiversidade
Da mudança climática à extinção de espécies, todos podemos fazer parte das soluções que ajudam a curar o planeta